“Assim é o tempo do homem que cria – tem outra estrutura, densidade, fertilidade que o tempo da maioria, feito de trama mais frouxa e frágil; admirado com o muito que se acomoda nesse outro tempo, o mais dos homens pergunta: Mas quando você faz tudo isso?” (Thomas Mann)

“Copiei, sim, afirma Mário. E o problema não estaria nisso, mas no fato de os eventuais acusadores quererem atribuir a cópia a apenas uma fonte, quando são várias.” (Mário de Andrade sobre Macunaíma – ensaio de Pedro Duarte – Revista Serrote)

“Mas o homem é uma criatura volúvel e pouco atraente e, talvez, a exemplo do enxadrista , ame apenas o processo de atingir o objetivo, e não o próprio objetivo. E — quem sabe?— não se pode garantir, mas talvez todo o objetivo sobre a terra, aquele para o qual tende a humanidade, consista unicamente nesta continuidade do processo de atingir o objetivo, ou, em outras palavras, na própria vida e não exatamente no objetivo, o qual, naturalmente, não deve ser outra coisa senão que dois e dois são quatro, isto é, uma fórmula; mas, na realidade, dois e dois não são mais a vida, meus senhores, mas o começo da morte.” (Fiódor Dostoiévski)

“Atualmente percebo, com toda a nitidez, que eu mesmo, em virtude da minha ilimitada vaidade e, por conseguinte, da exigência em relação a mim mesmo, olhava-me com muita frequência, com enfurecida insatisfação que chegava à repugnância e, por isso, atribuía mentalmente a cada um o meu próprio olhar.” (Fiódor Dostoiévski)

Pergunte-se a si próprio se você é feliz, e você deixa de sê-lo.” (John Stuart Mill)

“Pelo costume doce e pelo costume amargo; pelo costume quente e pelo costume frio; pelo costume as cores; mas em realidade os átomos e o vazio.” (Demócrito)

“O coração, se pudesse pensar, pararia.” (Fernando Pessoa)

“A ideia é tremenda, mas basta um silogismo para resumi-la. As leis e regularidades que regem o mundo são independentes da minha vontade (premissa maior); a minha vontade é fruto das mesmas leis e regularidades que regem o mundo (premissa menor); logo, a minha vontade é independente da minha vontade (conclusão). Se as premissas são verdadeiras, então a conclusão é incoercível.” (Eduardo Giannetti sobre a ideia de La Mettrie)

“De onde essa pretensão de suportar nos ombros, como um novo crucificado, o ônus do absurdo humano? Por que não me deixo existir simplesmente, como fazem todos que cruzam a calçada, meu alter ego, às voltas com o próximo enrosco e o próximo degrau na carreira, como aqueles que não se furtam ao contato furioso da existência?” (Eduardo Giannetti)

“O homem que tirou o apêndice ficou sem conteúdo” (Carl Solomon)

“Uma outra espécie de loucos que se parecem um pouco com esses caçadores são aqueles que, possuídos pela paixão insaciável de construir, destróem o que ergueram, tornam a erguer o que destruíram, transformam continuamente o quadrado em redondo e o redondo em quadrado, até que enfim, arruinados de cima a baixo, ficam sem casa e sem comida. Que importa? Em todo caso, passaram alguns anos muito agradáveis.” (Erasmo de Rotterdam)

“Na verdade é duro ser gente mesmo. E a maioria de nós é irrelevante mesmo, se arrasta pelo mundo como uma raça de abandonados que riem com pó entre os dentes. Mas o politicamente correto nos proíbe de dizer esta verdade: o leitor e o telespectador são idiotas, e no fundo nós, que “somos a mídia”, pouco os levamos em conta porque quase nada do que eles dizem vale a pena. Não fosse pela desgraça do mundo capitalista (que nos obriga a ouvir esse sujeito porque ele é consumidor e há de disputá-lo como consumidor), não precisaríamos dele e poderíamos dizer-lhe esta verdade insuperável: você é um idiota e, se não fosse consumidor de nosso produto, esqueceríamos que você existe.” (Luiz Felipe Pondé)

“Eu gostaria de ajudar a abrir olhos, não a soltar línguas.” (Ernst Gombrich)

“O mundo está dividido em dois grupos: os que gostam de arte e os que gostariam de gostar de arte.” (Luiz Felipe Pondé)

“O conversar filosófico não é uma via expressa que liga um ponto a outro na cidade, mas uma alameda arborizada por onde se passeia prazerosamente, um tanto ao acaso, na companhia de ideias e bons amigos. Ao final do passeio, não há vitoriosos nem derrotados. Há o valioso reconhecimento do percurso trilhado, das questões sem resposta e de novos caminhos a percorrer – há a certeza inabalável de que é preciso prosseguir.” (Eduardo Giannetti)

“O que encerra a questão: sempre se pode confiar num homem com múltiplas canetas.” (David Foster Wallace)

“Estudar o passado é uma condição necessária para quem almeja – se for o caso – libertar-se dele. Afinal, como também já se disse, “é difícil saber o que torna alguém mais retrógrado – não conhecer nada exceto o passado ou nada exceto o presente”.” (Eduardo Giannetti)

“Ser o que se pode é a felicidade.” (Valter Hugo Mãe)